Chegou o grande dia. Depois de encarar o expediente, chegou a hora de encarar os 2000 quilômetros de estrada até o país vizinho do sul. A minha viagem mais longa sobre rodas, e também a primeira viagem internacional em ônibus de longa distância. Encarar o Terminal do Tietê na sexta feira de saída de carnaval não é fácil, as filas são inevitáveis. Cheguei 3 horas antes da saída do ônibus por precaução. Já havia comprado os bilhetes há meses, pela empresa uruguaia EGA-Empresa General Artigas, pagando R$ 373,00 pelo trecho executivo entre SP e Montevidéu, na poltrona 4.
A linha São Paulo-Montevidéu tem apenas 1 horário por semana, saindo do Tietê as sextas as 23:30, com chegada prevista ao Terminal Tres Cruces na capital uruguaia aos domingos de manhã. O retorno a São Paulo é as segundas. No Tietê há também outras empresas que fazem serviços internacionais para cidades no Paraguai (Pluma, Sol del Paraguay, Expreso Guarani), Argentina (Pluma, Crucero del Norte), Chile (Pluma e Chilebus) e Peru (Expreso Ormeño). Na Barra Funda há ônibus para Bolívia, das empresas Andorinha e La Preferida .
O ônibus estava programado para partir da Plataforma 61. As 23:00 já estava lá, só esperando que fosse atrasar umas x horas, porque o que não faltava ali eram ônibus atrasados em mais de 1 hora. Mas não é que as 23:15, lá veio ele, estacionando na plataforma? Um Marcopolo Paradiso 1800 Double Deck, classe executiva acima e classe leito embaixo.
Havia pelo menos 4 funcionários atendendo no embarque, inclusive o atendente do guichê lá em cima, todos uruguaios. Dois auxiliando para colocar as bagagens no bagageiro e dois para verificar os documentos e bilhete de embarque. Tudo checado, já subi para a poltrona, lá já estavam disponíveis um cobertor e um travesseiro. A poltrona era na primeira fila, voltada de frente para a estrada, conforme eu havia planejado, pra curtir todo o caminho adiante. Consegui colocar meu mochilão na parte de cima, junto comigo. O ônibus contava com um bom sinal de wifi durante toda a viagem, e tomadas (110V) para carregar o celular no bagageiro acima.
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Movimento no Terminal Tietê na saída pro carnaval. |
14/02/2015
As 8:00 entramos na Rodoviária de Curitiba, onde embarcaram umas 10 pessoas. À saída da cidade o comissário nos serviu o café da manhã a bordo, no caso alfajores com café (com ou sem leite). A previsão era de parada em Barra Velha, cerca de 2 horas além, para um café mais completo. Mas a saída da capital paranaense não foi nada fácil, levamos o dobro para chegar a essa parada, sob um trânsito muito congestionado e chuva pesada. Ainda pegamos muito trânsito até Balneário Camboriú, onde o ônibus pegou mais alguns passageiros. O resultado foi que houve um atraso de pelo menos 4 horas, o almoço que deveria ter sido ao 12:00 em Biguaçú (Grande Florianópolis) foi feito só as 16:00, só de salgados. Pelo menos a chuva tinha parado, deu para tirar boas fotos enquanto o ônibus passava pela Ponte rumo a Rodoviária de Florianópolis para pegar os últimos passageiros que faltavam. Durante esse trecho foi servida mais uma rodada de bebidas e alfajor, e colocaram um filme.
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Ponte Hercílio Luz |
Nessa refeição, além de sucos, refrigerantes e água, as bebidas incluíam martini e vodca. Deu para dormir bem e só acordei quando o ônibus parou na fronteira, no Chuí.
15/02/2015
As 5:00 o ônibus parou no posto de fiscalização da Polícia Federal e da Receita, ainda na estrada a cerca de 1 km antes da entrada de Chuí. Nenhum passageiro precisou descer, o comissário de bordo levou os documentos dos passageiros para a PF registrar a saída do Brasil. Enquanto isso, entrou um agente da alfândega com uma lanterna dentro do ônibus para checar as malas de mão e deram uma checada rápida no bagageiro interno. O ônibus abasteceu em um posto próximo e voltou para buscar o comissário que havia cuidado dos procedimentos de saída dos passageiros do Brasil,. Em 5 minutos o ônibus atravessou Chuí, deixando dois passageiros na avenida internacional (completamente deserta no horário), e seguiu até o posto de fiscalização uruguaio, onde o procedimento de entrada foi até mais rápido que no Brasil, em menos de 20 minutos o comissário já tinha feito a entrada de todos os passageiros e a fiscalização de bagagens foi superficial. Logo o ônibus seguiu viagem, o sol começou a surgir, o comissário entregou os documentos dos passageiros com o formulário de migração uruguaio preenchido, passaportes carimbados e serviu logo depois mais uma dose de café.
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Café e alfajores |
Abaixo há o meu aplicativo dos mapas que eu criei a respeito dessa ótima viagem ao Uruguai: